Este blog tem como objetivo acompanhar o córrego e a barragem e suas transformações decorrentes
ao tempo


domingo, 26 de maio de 2013

Um pouco mais sobre o Aglomerado Santa Lúcia.



O Aglomerado Santa Lúcia, localizado na região centro-sul de Belo Horizonte, é formado por quatro vilas: Vila Estrela, Vila Santa Rita de Cássia (Morro do Papagaio), Barragem Santa Lúcia e Vila São Bento (conhecida como Vila Esperança, Vila Carrapato ou Bicão). Conhecido popularmente como Morro do Papagaio em função das muitas crianças e jovens que subiam para o alto do morro para soltar papagaios, o aglomerado surgiu no inicio do século 20. A ocupação se intensificou a partir da década de 40, quando muitas pessoas do interior vieram morar na capital. O aglomerado era ainda maior territorialmente, mas algumas famílias foram retiradas da região para ceder à construção do bairro São Bento. Não há registros com relação à data precisa da formação do Aglomerado Santa Lúcia.


Segundo José Pedro Moreira, residente na comunidade há 60 anos, o terreno onde está situado o aglomerado pertencia a três fazendeiros “Doutor Mário, senhor Anastácio e Família Diomar”. As casas só podiam ser construídas à noite, porque o local era vigiado por um órgão da prefeitura chamado X-Bel, que barrava a ocupação no local.


José Pedro Moreira conta que onde hoje é a lagoa da barragem existia um espaço de cerâmica e um brejão onde moravam algumas poucas famílias. Na época houve muitos conflitos entre os moradores e a polícia, mas os proprietários antigos abandonaram o local permitindo a ocupação. No início não existiam ruas, somente trilhas feitas pelos tropeiros que circulavam pela área. De acordo com moradores mais antigos, um desses tropeiros era o Senhor Guido, que criava bois no local onde hoje é conhecido como Praça do Boi.
Ainda segundo José Pedro Moreira até a década de 80 o governo não oferecia o mínimo de infra-estrutura à comunidade. O processo de urbanização foi iniciado na década de sessenta quando foram instalados três chafarizes, quando não existia esgoto, rede elétrica, assistência medica e transporte.


A fazendinha, importante patrimônio histórico, situado à Avenida Arthur Bernardes, é um dos raros vestígios coloniais na Capital. O imóvel pertence à Izabel Rocha de Magalhães, uma das moradoras mais antigas do aglomerado. Segundo dona Izabel a fazendinha possuía um manancial de águas, composto pelos córregos Cercadinho, Leitão e Ferrugem, que formavam uma lagoa que hoje é chamada Lagoa da Barragem Santa Lúcia. De acordo com pesquisa feita pelo Projeto Memória, em 1894, parte da fazenda Cercadinho, foi desapropriada para a construção de uma área verde além da capital, denominada “Colônia Afonso Pena”. A partir de 1929 já há registros de ocupações no aglomerado.


Em 1992 um grupo de moradores do Aglomerado Santa Lúcia, por meio da União Comunitária da Barragem Santa Lúcia, solicitou junto ao Conselho do Patrimônio Histórico de Belo Horizonte o tombamento da Casa da Fazendinha. O objetivo era que o casarão fosse transformado em centro cultural.

A iniciativa dos moradores de recorrer ao poder público para reclamar o reconhecimento de um patrimônio de valor cultural e histórico para uma comunidade de favela foi algo inédito na cidade. A documentação organizada na ocasião do processo de tombamento mostra a importância que ele tem na história de constituição da comunidade.


Um diagnóstico da Escola de Arquitetura da UFMG reconhece o valor patrimonial do imóvel, vinculando-o à história do Aglomerado: “Este trabalho (a restauração do casarão) torna-se de extrema importância como único registro deste exemplo arquitetônico que marca o início da ocupação da área onde está situado.” Quem falou isso?
Durante muitos anos a casa foi esquecida pela história oficial da cidade e mesmo após o tombamento ainda não teve uma restauração adequada que corresponda ao seu valor cultural.
A partir da década de 80 algumas melhorias foram realizadas através do PRODECOM, Programa de Desenvolvimento de Comunidades e nos anos 90 com as reivindicações conquistadas no Orçamento Participativo.
De acordo com a pesquisa do Projeto Memória a lagoa que fica no início do Aglomerado foi criada pelo extinto Departamento Nacional contra a seca em 1954. A construção da barragem foi finalizada no início da década de 70, e a canalização de seus afluentes possibilitou a infra-estrutura necessária para a formação dos bairros ao entorno.


Atualmente as vilas do Aglomerado Santa Lúcia estão quase totalmente urbanizadas, exceto a Vila São Bento que é uma ocupação recente.

Fonte : http://www.favelaeissoai.com.br/comunidades_mostra.php?cod=26

terça-feira, 21 de maio de 2013

Córrego e Projetos.




 O córrego do leitão tem sua nascente localizada na região sul de Belo Horizonte, juntamente com os córregos da Serra e o Acaba mundo são os três principais cursos d'água que atravessam a área central de Belo horizonte. Atualmente, seus cursos correm em canais revestidos sob diversas ruas e avenidas.
A expansão da região cortada pelo córrego havia tido grande valorização nos seus lotes, por esse motivo a prefeitura priorizar a retificação, canalização e a regularização de ruas e abrindo novas. Naquela época haviam terrenos ainda vazios próximos a área comercial. Os terrenos ainda não habitados se deram pelo fato da rigidez em relação as construções, além da especulação imobiliária que inflacionou diversos lotes da área.




Córrego


Desde 2012 a PRefeitura de belo Horizonte, por meio da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), iniciou a obra de prevenção de risco e inundação na Bacia do Córrego Leitão, localizado na Av. Prudente de Morais, regional Oeste.

As obras de prevenção de risco de inundação na Bacia do Córrego Leitão, compreende a ampliação do sistema de macrodrenagem da Av Prudente de Morais, com execução das seguintes intervenções: implantação de caixa de captação e túnel bala na Av Prudente de Morais, com extensão de 200m; implantação de caixa de captação e túnel bala ,com extensão de 50m na rua Joaquim Murtinho; Implantação de tunnel liner com seção circular na Av Prudente de Morais, com extensão de 730m; implantação de galeria (6,00 x 4,25m) em substituição ao canal existente na rua Bárbara Heliodora, com extensão aproximada de 250m; execução de desassoreamento da barragem Santa Lúcia com a retirada de sedimentos e recuperação das margens em pontos localizados.

O valor deste empreendimento é de R$ 30.698158,19 e a previsão de término das obras é no segundo semestre de 2013.




Cerca de 127 mil pessoas serao beneficiadas com as obras. Para garantir maior capacidade de escoamento da água, será implantada uma nova galeria subterrânea no local, paralela à existente na Prudente de Morais, no trecho entre as ruas Barão de Macaúbas e Bárbara Heliodora, com caixas de captação na própria avenida e na Rua Joaquim Murtinho.


Fontes : PBH (Prefeitura de Belo Horizonte.)